Há algum tempo que tenho este livro na estante por ler. Decidi fazê-lo agora porque me apetecia uma leitura fácil, rápida e que não exigisse muito de mim. Já li "Pulp", então sabia que o Charles Bukowski era uma boa opção neste sentido.
"Hollywood" é claramente um livro com muitos aspetos autobiográficos. O cenário é o mundo de Hollywood, do cinema e de tudo o que envolve. Temos como protagonista o clássico deste autor, o Henry Chinaski, um escritor alcoólico e misantropo, que neste livro foi convidado para escrever um guião de um filme. Filme este que seria inspirado na sua própria vida, especialmente na componente boémica da mesma.
Em termos de narrativa é a isto que vamos assistindo, bem como a todos os percalços que vão acontecendo, nomeadamente as várias vezes em que o cancelamento do filme está eminente.
Vamos seguindo o protagonista e a forma como vende a sua escrita para uma indústria que pouco ou nada lhe interessa, mas que lhe poderá pagar as contas e permitir-lhe a manutenção de um estilo de vida doentio, mas do qual não consegue nem pretende sair.
Confesso que não adorei este livro e que a certa altura já só queria "despachá-lo" e chegar ao fim para avançar para a leitura seguinte. Muitos dos diálogos são absolutamente vazios de sentido, como se tivessem sido escritos (e foram, de certeza) num estado de alteração de consciência, o que sei ser muito característico de Bukowski. Para mim, as partes mais fortes do livro dizem respeito aos monólogos do Henry Chinaski e às passagens em que este reflete sobre a importância da escrita verdadeira e honesta, da escrita que não se importa se está a ser politicamente correta ou se está a agradar a quem a lê.
É um livro assim-assim. Ultimamente tenho preferido a poesia deste autor.
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