sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A Christmas Carol, Charles Dickens


Finalmente, li este livro! E na semana antes do Natal! Já toda a gente deve conhecer esta história, mas para os que ainda não sabem, nestas quase 100 páginas conhecemos Ebenezer Scrooge, um homem que desde o início sentimos como alguém frio, distante, antipático e avarento. Depois da morte do seu colega de trabalho (Jacob Marley), continua a gerir a empresa dos dois sozinho. Sozinho... Mais ou menos. Scrooge tem consigo um escriturário, o Bob Cratchit, a quem paga uma miséria, mas dada a pobreza e as dificuldades para arranjar emprego naquela altura, teve que se conformar a aturar este velho rezingão (que, curiosamente, serviu de inspiração para a criação do Tio Patinhas!).

Devo avisar (à única pessoa que vive debaixo de uma pedra e ainda não conhece este livro) que, além de estarmos perante uma história de Natal, isto é sobretudo uma história de fantasmas e tem momentos um bocadinho... Tensos. Lá está, o Charles Dickens é um excelente contador de histórias e o narrador aqui tem mais uma vez um papel importante na forma como é criado o ambiente que nos envolve, enquanto lemos este livro. Há um momento logo no início que me vai ser impossível esquecer, pois nunca me senti tão próxima de um narrador! Quem leu, saberá que me refiro a que me refiro no momento da aparição do primeiro dos três fantasmas.

Bem, comecei por dizer que o amigo do Scrooge está bem morto. Ora, estamos na véspera de Natal e, depois de vermos o Scrooge a recusar o convite do sobrinho para se juntar a si naquela noite, acompanhamos o nosso protagonista no regresso a casa, onde é surpreendido pelo fantasma de Jacob Marley. Este surge como um típico fantasma da época vitoriana, preso por correntes, e avisa-o de que está condenado a percorrer a terra assim, por ter sido uma pessoa má, egoísta e avarenta em vida. É claro que a carapuça não lhe serviu no início. Ainda assim, deu para deixar o Scrooge a pensar, até porque este fantasma o avisou que seria visitado por outros três fantasmas e isso não é coisa que diga a ninguém que esteja prestes a adormecer!
O primeiro é o Fantasma do Natal Passado e leva o Scrooge numa viagem a vários momentos do seu passado, desde a infância solitária aos amores perdidos. Este é o fantasma que relembra ao Scrooge quem ele é e como chegou até ali. De seguida, surge o Fantasma do Natal Presente, que mostra ao nosso protagonista como outras pessoas estão a passar aquela noite, nomeadamente a pobre (mas rica) família do Bob Cratchit e a do seu sobrinho (com quem ele recusou ficar). Por fim, temos o Fantasma do Natal Futuro, que apresenta a Scrooge o impacto da sua vida no futuro dos outros e como será tratada a sua própria morte.

É uma história de redenção, mas mais do que isso é também algo que me fez pensar em como é perigoso desligarmo-nos. Dos outros e de nós próprios. Mais uma vez, entra o tema da desigualdade social e da possibilidade de alterarmos o nosso "destino", algo típico do Dickens (e algo que ele próprio provavelmente sempre quis). E pronto, não é à toa que o filme The Man Who Invented Christmas é sobre o Charles Dickens. Foi ele que trouxe de volta o espírito natalício à Londres vitoriana. É muito mais que dinheiro e consumismo. O Natal está aqui dentro, amigos!

Quanto às adaptações cinematográficas, estive indecisa entre várias, mas optei por começar pela versão em animação de 2009, onde o inigualável Jim Carey interpreta o nosso protagonista. É um filme fantástico e que irei certamente rever. Recomendo mesmo muito! Está bastante fiel ao livro, dando vida àquilo que imaginámos durante a leitura, através de animações semelhantes ao The Polar Express. Além disso, tem Londres da época vitoriana cheia de neve e espírito natalício. O que é que querem mais?


Podem encontrar o livro aqui.

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