terça-feira, 19 de agosto de 2014

Resenha: O Grande Gatsby, F. Scott Fitzgerald


"Era eu rapaz e, ainda impressionável, quando o meu pai me deu um conselho que, desde então, ficou às voltas na minha cabeça. Disse ele:
- Quando te sentires com vontade de criticar alguém, lembra-te disto: nem todos tiveram neste mundo as vantagens que tu tiveste."

É assim que começa o mais aclamado livro de F. Scott Fitzgerald. A história decorre no Verão de 1922, num cenário americano pós-guerra e é narrada por Nick Carraway, um aristocrata falido, acabado de mudar para Long Island.

Nick descobre que é vizinho do anfitrião das maiores e mais concorridas festas de Nova Iorque, Jay Gatsby. Este é o protagonista da história e é-nos apresentado como alguém bastante popular pelas suas festas espalhafatosas, mas que acaba por não ser verdadeiramente conhecido por ninguém. As pessoas simplesmente aparecem nas festas, sem o conhecerem e sem alguma vez o terem visto. Assim, Jay e o seu misterioso passado acabam por ser tema de conversas e a sua grande fortuna, cuja origem é desconhecida, é alvo de grandes especulações.

Nick Carraway, o nosso narrador, é primo de Daisy Buchanan, que é casada com o infiel Tom Buchanan e amiga de Jordan Baker. É através de Jordan que Nick fica a saber que a sua prima e Gatsby já se conheciam e que o seu vizinho pretendia que este a convidasse a ir a sua casa tomar chá, de modo a ser surpreendida por Gatsby. Depois de Nick aceitar e enviar o convite à sua prima, Gatsby dá início a uma série de trabalhos de modo a preparar e embelezar tudo, com o claro objectivo de surpreender e maravilhar Daisy. 

Afinal Gatsby teria tido um passado com Daisy antes de ser enviado para a guerra. Ao voltar e ver o amor da sua vida perdido para Tom Buchanan, um homem bastante rico, Gatsby faz do objectivo da sua vida enriquecer, de modo a atrair, de novo, Daisy, mostrando-lhe como a sua vida melhorou e aquilo que agora lhe poderá dar. (Esforço nada merecido por Daisy, na minha opinião.)

Este livro acaba por retratar o cenário americano dos loucos anos vinte, realçando as festas, o materialismo, os excessos e a forte importância dada ao dinheiro. É um curto clássico com uma boa história, um protagonista bastante interessante e uma mensagem e crítica social intemporais.

"O oficial olhava para a Daisy, enquanto ela falava, da maneira que todas as raparigas gostam de ser olhadas algum dia, e o incidente ficou-me gravado porque me pareceu muito romântico." 

"Gatsby acreditara na luz verde, no orgíaco futuro que, ano após ano, foge e recua diante de nós. Se hoje nos iludiu, pouco importa; amanhã correremos mais depressa, estenderemos mais os braços... Até que uma bela manhã...
Assim vamos teimando, proas contra a corrente, incessantemente cortando as águas, a caminho do passado que não volta."


1 comentário:

  1. Nossa, eu adoro este livro! Li há um ano, um ano e meio, e ele é mto bom, tem uma perspectiva narrativa superinteressante, enfim, um romance mto massa! (Sigo de volta) http://livroarbitriodotco.wordpress.com/

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