Bem, já que o filme vai estrear no final deste mês e eu estava com alguma vontade de uma leitura mais leve, decidi ler este livro da escritora Gayle Forman.
Em Se Eu Ficar, a história é contada na primeira pessoa pelo personagem principal, Mia, uma jovem que sofre um acidente de viação com os seus pais e o seu irmão mais novo.
O aspecto interessante da história é que Mia tem toda uma experiência fora do seu corpo, assistindo e descrevendo todo o acidente, bem como o caos causado por este. Mia depara-se no local do acidente com o seu corpo inanimado no chão, bem como os dos seus pais, claramente mortos, mas sem sinal do seu irmão.
Já no hospital e em coma, Mia vai-se apercebendo de tudo, ainda que ninguém a consiga ver. Toda a família vai chegando e Mia inquieta-se em relação ao seu namorado Adam, que ainda não saberia o que tinha acontecido. (E este foi um aspecto que me irritou bastante. Tento colocar-me no lugar de Mia e percebo que ela quisesse ver o seu namorado, mas os pais acabaram de morrer e ela nem sabe onde, nem como está o irmão... Não gosto muito do facto de a história estar tão centrada na relação dela com o seu namorado, especialmente, tendo em conta tudo o que se estava a passar à sua volta.)
Ao longo do livro, Mia vai relembrando alguns episódios da sua vida, da sua relação com os pais e com a música, o nascimento do irmão e o seu relacionamento com o seu namorado e a sua melhor amiga Kim.
No hospital, uma enfermeira acaba por fazer com que Mia se aperceba que tudo depende dela e que terá que decidir se quer ficar e viver com aquilo que lhe resta, ou se quer desistir e morrer.
Este livro é, portanto, a história de uma adolescente que se vê perante a dificílima decisão de escolher entre viver uma nova vida, completamente diferente da antiga, na qual terá que lidar com grandes perdas, ou morrer e deixar o namorado, os amigos e o resto da sua família.
"Mas ele não vai voltar. Sei que é inútil. Desisto e arrasto-me de volta para a UCI. Quero quebrar as portas automáticas. Esmurrar o balcão das enfermeiras. Quero que tudo se acabe. Quero o meu fim. Não quero ficar aqui. Não quero este hospital. Não quero ficar neste estado suspenso em que posso ver as coisas a acontecer e tenho consciência do que estou a sentir, sem, de facto, sentir. Não posso gritar até sentir a minha garganta doer, nem partir a janela com o meu punho até ver a minha mão sangrar, nem puxar os meus cabelos até que a dor ultrapasse aquela que sinto no meu coração."
Considero que este é um livro razoável, que se lê rapidamente, com uma história interessante, mas com muito pouco desenvolvimento. Já vi várias pessoas dizerem o quanto adoraram o livro, por isso esta minha opinião surge por causa do meu gosto e não quer, necessariamente, dizer que não seja um bom livro. Sei que existe um segundo livro, com a continuação da história, mas, sinceramente, para já, não sinto a necessidade de o ler.
Agora vamos lá ver como vai ficar o filme.
Agora vamos lá ver como vai ficar o filme.