sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Oliver Twist, Charles Dickens


Precisamos de falar sobre este livro e começo já por avisar que me apaixonei pela narrativa do Charles Dickens e que, neste momento, quero ler tudo o que ele escreveu. Há uns anos comecei a ler o Great Expectations, mas na altura estavam a acontecer muitas coisas ao mesmo tempo e acabei por não terminar. Decidi que precisava de me dedicar a ele com mais tempo e envolver-me na história do início ao fim. Uns tempos depois, encontrei uma edição linda do Oliver Twist, em capa dura, daquelas que nos fazem sentir uma Elizabeth Bennet. Pois, comprei-a e não durou muito tempo na estante sem lhe pegar. O livro não é muito grande e devorei-o em menos de nada. A história flui muito bem e o narrador transformou-se num avô que me foi contando uma história, como se estivéssemos em frente a uma lareira, numa noite de inverno.

Tentando não estragar esta experiência de leitura a ninguém, neste livro é-nos contada a história de um menino órfão, o Oliver. Começamos mesmo no início, com o seu nascimento, onde sabemos logo que as coisas não vão ser fáceis para esta personagem. Passando-se na Inglaterra do século XIX, esta história dá-nos a conhecer as condições precárias em que as pessoas viviam, passando por ruas onde a pobreza e o crime andam de mãos dadas.
O sentido de humor brilhante do Charles Dickens entrelaça-se com a história difícil que nos conta, onde rapidamente empatizamos com este personagem, torcendo constantemente para que (desta vez) as coisas lhe corram da melhor maneira. 
Esta é a história de uma infância roubada e entregue às mãos cruéis de uma sociedade movida por interesses pessoais, manipulação e dinheiro. Ao longo da narrativa, acompanhamos cada tropeço e cada levantar do Oliver e vamos conhecendo as diferentes pessoas com que se cruza e o impacto que estas têm na sua vida. 
O único aspeto que me fez uma ligeira comichão foi, por vezes, sentir o Oliver como uma personagem pouco realista, que mantém uma doçura impenetrável, independentemente de toda a maldade ao seu redor. Ainda assim, este foi um livro do qual gostei bastante e que me abriu o apetite para o resto da obra deste autor. O Dickens foi uma excelente companhia e quero voltar a encontrar-me com ele. Sinto que este se vai tornar num daqueles autores que se tornam casa e para cujo conforto sabe sempre bem voltar.

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