"Durante muito tempo pensei que era uma história muito triste. Não que agora pense que seja alegre. Mas penso que é verdadeira; por isso, a questão de saber se é triste ou alegre não tem nenhuma importância."
No outro dia decidi passar pela biblioteca, porque queria ler um livro um pouco mais curto, de modo a "descansar" um bocadinho entre dois clássicos, e não me apetecia ler nada do que tinha em casa. Acabei por encontrar O Leitor, do alemão Bernhard Schlink. Este livro nunca me tinha despertado assim muita curiosidade, até ter visto pessoas a falar bastante bem dele, então decidi dar-lhe uma vista de olhos.
Resumidamente, nele é-nos apresentada a história de um rapaz chamado Michael Berg, de 15 anos que se cruza com uma mulher de 36, Hanna, pela qual se apaixona. Os dois começam a encontrar-se frequentemente, tentando conjugar o tempo que ambos têm livre para desenvolverem a sua relação. Em cada encontro há como que um ritual, no qual eles começam por tomar um banho, ele lê-lhe um livro e só depois têm relações sexuais. Daí o nome do livro, pois Michael torna-se no seu leitor.
A relação vai continuando, ainda que não seja assumida perante os outros, por medo que a diferença de idades cause alguns problemas na sua aceitação. Até que um dia, Hanna desaparece completamente e Michael só a volta a encontrar sete anos mais tarde, quando, sendo estudante de Direito, é convidado a assistir ao julgamento de criminosos associados à 2ª Guerra Mundial. É neste julgamento que ficamos a conhecer muito melhor esta mulher que, até aqui, sempre se manteve bastante misteriosa. Percebemos, de facto, até que ponto alguém iria para proteger um segredo, tal como é sugerido na capa desta edição.
Quanto ao que eu achei do livro... Inicialmente, fiquei um pouco hesitante, porque a relação entre estes dois personagens pareceu-me demasiado repentina, o que me impediu de a levar a sério durante bastante tempo. No entanto, com o decorrer da história, comecei a interessar-me mais, especialmente quando começamos a conhecer verdadeiramente a Hanna e a perceber o segredo que ela tão veemente esconde e que a leva a comportar-se de tal forma. O autor, sendo ele um juiz, aproveita também para levantar alguns debates sobre a justiça e a culpa, o que acabou por ser interessante.
Concluindo, considero que, apesar de este não se ter tornado num dos meus livros preferidos, foi uma boa e rápida leitura. Agora esta na altura de ir ver o filme, para saber como ficou! Talvez também venha cá dar a minha opinião sobre ele.
"Por isso, acabei por deixar de falar desse passado. Porque se a verdade daquilo que dizemos é aquilo que fazemos, então bem podemos deixar de falar."
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