Chegou a altura de pensar sobre os filmes que vi em Fevereiro. Isto levou-me a perceber que sem querer, à excepção do primeiro, apenas vi filmes com protagonistas mulheres e todos eles filmes de época! Não fiquei extremamente surpreendida, porque é o tipo de filmes que gosto de ver, mas é curioso só ter visto isto durante este mês. A única excepção foi o Fantastic Beasts: Crimes of Grindelwald, mas nem o incluo neste balanço, porque já o tinha visto em Novembro.
Bem, nós aqui já sabemos como é que isto funciona. Na altura dos Oscars, queremos sempre ver uma série de filmes que estão nomeados, mas depois acabamos por ver só um ou dois... Este ano não senti muita vontade de correr atrás de quase nenhum, mas um dos que me despertou curiosidade foi...
... A Favorita. É do Yorgos Lanthimos, realizador do filme The Lobster, do qual gostei muito. Atirei-me de cabeça a este filme, sem saber grande coisa e fui muito surpreendida. Sabia que a história envolvia uma competição entre duas jovens pela atenção da rainha, mas acabou por ser mais do que isso.
Achei a personagem da rainha Anne, brilhantemente interpretada pela Olivia Colman, extremamente interessante, especialmente por não corresponder àquilo que se esperaria de uma rainha, alguém forte, ponderada e com capacidade para liderar. Por outro lado, vemos uma pessoa infantil, doente, irritável (e irritante), bastante influenciável e sem capacidade (nem, provavelmente, vontade) para liderar. Quem acaba por ter esse papel é Lady Marlborough (Rachel Weisz), uma espécie de dama de companhia/conselheira/parasita/amante nos tempos livres. Vivem bem com isso e os seus mil coelhos, com a Lady Marlborough a conseguir o que quer, até que chega Abigail Hill (Emma Stone), uma prima de Lady Marlborough, que entra em competição pela amizade e atenção da rainha. Achei que o filme explora bem a personalidade das personagens, dando-nos uma visão mais profunda destas pessoas e fazendo-nos acreditar nelas e entender melhor os seus comportamentos. Gostei muito!
Numa das publicações recentes, mencionei o Jane Eyre e isso deixou-me com saudades do livro e lembrou-me que nunca cheguei a ver qualquer uma das suas adaptações cinematográficas. Foi desta! Vi o filme de 2011, do realizador Cary Joji Fukunaga, com a bonita Mia Wasikowska a interpretar a grande Jane. Adorei! Foi muito bom poder voltar a esta história, que me deixou ainda com mais vontade de reler o livro.
Passa-se em Inglaterra, na época vitoriana e conta a história da Jane Eyre, uma criança orfã que ficou ao cuidado de uns tios. Depois da morte do tio, Jane acaba por sofrer muito nas mãos dos primos e da tia e depois de um conflito, é enviada para Lowood, uma escola muito rigorosa e onde é apresentada como uma criança mal comportada e mentirosa, devendo as outras afastar-se dela. Depois de tudo isto, acompanhamos a Jane na sua ida para Thornfield Hall, de maneira a ser percetora de uma criança. É aqui que se passa a maior parte da ação do filme, onde conhecemos o Mr. Rochester (Michael Fassbender) e onde vemos a personalidade forte da Jane, especialmente em certas decisões que acaba por tomar.
Recomendo mesmo muito este filme. Deixou-me completamente agarrada à história e cheia de vontade de reler o livro, desta vez em inglês.
Fevereiro foi o mês em que fui a Edimburgo, então decidi fazer o trabalho de casa e aproveitar o lançamento recente do filme Mary Queen of Scots, realizado pela Josie Rourke. Apesar de ter achado o filme interessante, não o recomendaria a qualquer pessoa. Dá-nos a conhecer a história desta figura tão importante para a História da Escócia, nomeadamente a sua relação com a rainha de Inglaterra, Elizabeth I (Margot Robbie). Ainda assim, e por isso é que não recomendaria a toda a gente, acho que é importante saber alguma coisa sobre ela antes de se começar a ver o filme. Caso contrário, provavelmente vai parecer muita informação estranha e sem sentido.
O filme capta o momento em que a Mary (Saoirse Ronan) volta à Escócia, depois de ter vivido, casado e enviuvado em França, regressando ao trono enquanto legítima herdeira. Neste período, a Escócia e a Inglaterra ainda andam aos xutos e pontapés, implicando uma com a outra por exemplo por questões religiosas (catolicismo vs. protestantismo). Querendo ocupar o trono de Inglaterra, Mary torna-se numa ameaça para Elizabeth, nomeadamente dada a falta de herdeiros e o apoio dado a Mary, especialmente pelos católicos ingleses. A isto seguem-se uma série de traições, reviravoltas e esquemas, mesmo típicos destas histórias. Recomendo a quem tiver vontade de conhecer esta história.
Por fim, fechei o mês com Colette, um filme recente do mesmo realizador do Still Alice (Wash Westmoreland), que nunca cheguei a ver mas do qual ouvi falar muito bem. Vi várias pessoas elogiarem este novo filme com a Keira Knightley e fiquei com curiosidade, sabendo apenas que era um filme sobre a história de uma escritora francesa.
Conhecemos a história desta mulher que vivia com os pais, numa casa modesta numa zona rural de França, até que casa com Willy (Dominic West), um "escritor", e entra na grande cidade de Paris. Está entre aspas, porque na verdade ele apenas assinava os livros, alimentando-se da escrita de outros. Eventualmente, também Colette se torna num dos seus ghost writers. Inicialmente, isto é para ela uma oportunidade de escrever, retirando prazer disso mesmo, até que se torna numa espécie de escrava, sem qualquer reconhecimento, embora os seus livros se tornem grandes sucessos.
Com o decorrer do filme, vemos a Colette a mudar e a sair do seu casulo, ganhando mais confiança em si e libertando-se daquilo que o marido (e a sociedade) lhe vai impondo, de maneira a ser ela própria e fazer aquilo em que acredita, por si e para si.
É um filme com uma personagem forte e inspiradora. Nunca li nada desta escritora e nunca tinha sequer ouvido falar dela, mas fiquei com alguma curiosidade. Gostei muito.
Numa das publicações recentes, mencionei o Jane Eyre e isso deixou-me com saudades do livro e lembrou-me que nunca cheguei a ver qualquer uma das suas adaptações cinematográficas. Foi desta! Vi o filme de 2011, do realizador Cary Joji Fukunaga, com a bonita Mia Wasikowska a interpretar a grande Jane. Adorei! Foi muito bom poder voltar a esta história, que me deixou ainda com mais vontade de reler o livro.
Passa-se em Inglaterra, na época vitoriana e conta a história da Jane Eyre, uma criança orfã que ficou ao cuidado de uns tios. Depois da morte do tio, Jane acaba por sofrer muito nas mãos dos primos e da tia e depois de um conflito, é enviada para Lowood, uma escola muito rigorosa e onde é apresentada como uma criança mal comportada e mentirosa, devendo as outras afastar-se dela. Depois de tudo isto, acompanhamos a Jane na sua ida para Thornfield Hall, de maneira a ser percetora de uma criança. É aqui que se passa a maior parte da ação do filme, onde conhecemos o Mr. Rochester (Michael Fassbender) e onde vemos a personalidade forte da Jane, especialmente em certas decisões que acaba por tomar.
Recomendo mesmo muito este filme. Deixou-me completamente agarrada à história e cheia de vontade de reler o livro, desta vez em inglês.
Fevereiro foi o mês em que fui a Edimburgo, então decidi fazer o trabalho de casa e aproveitar o lançamento recente do filme Mary Queen of Scots, realizado pela Josie Rourke. Apesar de ter achado o filme interessante, não o recomendaria a qualquer pessoa. Dá-nos a conhecer a história desta figura tão importante para a História da Escócia, nomeadamente a sua relação com a rainha de Inglaterra, Elizabeth I (Margot Robbie). Ainda assim, e por isso é que não recomendaria a toda a gente, acho que é importante saber alguma coisa sobre ela antes de se começar a ver o filme. Caso contrário, provavelmente vai parecer muita informação estranha e sem sentido.
O filme capta o momento em que a Mary (Saoirse Ronan) volta à Escócia, depois de ter vivido, casado e enviuvado em França, regressando ao trono enquanto legítima herdeira. Neste período, a Escócia e a Inglaterra ainda andam aos xutos e pontapés, implicando uma com a outra por exemplo por questões religiosas (catolicismo vs. protestantismo). Querendo ocupar o trono de Inglaterra, Mary torna-se numa ameaça para Elizabeth, nomeadamente dada a falta de herdeiros e o apoio dado a Mary, especialmente pelos católicos ingleses. A isto seguem-se uma série de traições, reviravoltas e esquemas, mesmo típicos destas histórias. Recomendo a quem tiver vontade de conhecer esta história.
Por fim, fechei o mês com Colette, um filme recente do mesmo realizador do Still Alice (Wash Westmoreland), que nunca cheguei a ver mas do qual ouvi falar muito bem. Vi várias pessoas elogiarem este novo filme com a Keira Knightley e fiquei com curiosidade, sabendo apenas que era um filme sobre a história de uma escritora francesa.
Conhecemos a história desta mulher que vivia com os pais, numa casa modesta numa zona rural de França, até que casa com Willy (Dominic West), um "escritor", e entra na grande cidade de Paris. Está entre aspas, porque na verdade ele apenas assinava os livros, alimentando-se da escrita de outros. Eventualmente, também Colette se torna num dos seus ghost writers. Inicialmente, isto é para ela uma oportunidade de escrever, retirando prazer disso mesmo, até que se torna numa espécie de escrava, sem qualquer reconhecimento, embora os seus livros se tornem grandes sucessos.
Com o decorrer do filme, vemos a Colette a mudar e a sair do seu casulo, ganhando mais confiança em si e libertando-se daquilo que o marido (e a sociedade) lhe vai impondo, de maneira a ser ela própria e fazer aquilo em que acredita, por si e para si.
É um filme com uma personagem forte e inspiradora. Nunca li nada desta escritora e nunca tinha sequer ouvido falar dela, mas fiquei com alguma curiosidade. Gostei muito.
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